Lançado em 2007 pela Disney, Encantada é uma daquelas obras que marcam gerações por conseguir unir o clássico conto de fadas com a vida real. Dirigido por Kevin Lima, o filme mistura animação e live action e nos apresenta Giselle, interpretada pela talentosíssima Amy Adams, que na época ainda não era um rosto tão conhecido de Hollywood, mas que após esse papel consolidou sua carreira como uma atriz versátil e premiada.

A trama começa em Andalasia, um reino animado inspirado nos contos da Disney, onde Giselle vive cercada por animais falantes, vestidos exuberantes e canções que ecoam o imaginário infantil. Porém, ao ser expulsa desse mundo mágico pela rainha má, ela vai parar na Nova York real e caótica. E é nesse contraste, entre o sonho e o concreto, entre tule e arranha-céus, que a narrativa floresce.

 

Um dos momentos mais memoráveis, que muitos ainda recordam com carinho, é quando Giselle, sem ter o que vestir, costura um vestido usando as cortinas do apartamento de Robert Philip, personagem que mais tarde se tornaria o grande amor da sua vida. Essa cena, além de divertida, simboliza a força criativa da mulher que transforma o que tem em mãos em beleza, poesia e identidade. É exatamente esse olhar que me acompanhou desde a infância: enxergar nos vestidos não apenas peças de roupa, mas manifestações de poder, romantismo e protagonismo.

E é impossível não destacar: Encantada foi um dos filmes que marcou a minha infância não apenas pela história em si, mas pelas doces lembranças de assistir a ele ao lado da minha mãe, Rosana. Hoje, cada vez que revisito esse clássico, sinto o eco dessas memórias que se entrelaçam com o presente, como se o filme tivesse costurado em mim não só o encanto, mas também laços afetivos que permanecem.

Rever Encantada agora, já adulta e à frente da Tulipa Azul, é como revisitar um espelho que sempre esteve ali. A marca nasceu da mesma centelha: dar vida a vestidos que permitem que cada mulher se sinta protagonista da própria história. Assim como Giselle, que no final abre sua própria loja de vestidos floridos, femininos e românticos, eu sigo costurando não só tecidos, mas narrativas.

Curiosidade: muitos dos figurinos de Amy Adams no filme foram elaborados com extremo cuidado para dialogar com os arquétipos das princesas clássicas da Disney. Os vestidos volumosos, as mangas bufantes e a estética romântica foram desenhados de forma a refletir tanto a inocência quanto a força da personagem. Esse mesmo equilíbrio é algo que também busco traduzir na Tulipa Azul: peças que carregam suavidade, mas também voz própria.

No fundo, Encantada fala sobre a coragem de se reinventar sem perder a essência. E, nesse sentido, ele não é apenas um filme da infância, é um lembrete constante de que quando a vida imita a arte, nascem histórias que valem a pena ser vestidas.