Há colaborações que nascem de afinidades visuais. Outras, de afinidades emocionais. A parceria entre a Tulipa Azul e a artista Maryssauro reúne as duas. A nova coleção da marca, Onde Moram Meus Sonhos, mergulha em temas como nostalgia, afeto, introspecção e um toque de magia. Para traduzir esse mesmo espírito em imagem, foi convidada uma artista cujo traço carrega a mesma sensibilidade: Maryssauro.

 

Natural de Fortaleza (CE), Mariane Souza Marques cresceu em um ambiente cercado por arte, livros e criações manuais. Seu trabalho mescla referências da infância com literatura clássica, animação e arte brasileira. A conexão com a estética da Tulipa Azul foi imediata. Ambas compartilham um olhar voltado à beleza dos detalhes e à valorização do sensível no cotidiano.

 

Para esta colaboração, Mary desenvolveu ilustrações exclusivas que acompanham os pedidos da coleção em forma de cartões sortidos. Cada peça gráfica funciona como uma extensão visual da narrativa da coleção: íntima, leve, atemporal e mágica. Uma pequena obra de arte que transforma o unboxing em experiência.

 

Mais do que decorar, os cartões ilustrados foram pensados para inspirar. Assim como as roupas da coleção, que trazem tecidos suaves, modelagens aconchegantes e um visual que transita entre o vintage e o contemporâneo, as ilustrações de Mary evocam memórias e criam espaços de pausa dentro da rotina.

A seguir, você confere a entrevista completa com a artista, em que ela compartilha detalhes sobre sua trajetória, inspirações e sua visão sobre o processo criativo.

 

 

Entrevista com Maryssauro — artista convidada da coleção “Onde Moram Meus Sonhos”

 

1. Existe alguma história ou objeto da sua infância que você sente que “mora” em suas ilustrações?

Sim. Quando criança, eu vivia em uma casa com minhas tias, que eram professoras, e tinham muitas coletâneas de contos de fadas. Eu passava horas folheando esses livros, observando as ilustrações e criando vínculos com aquelas imagens. Ao mesmo tempo, era muito ligada à TV Globinho, Castelo Rá-Tim-Bum e outros desenhos animados. Essa convivência com universos tão distintos acabou moldando meu olhar: entre o lúdico dos contos clássicos e o traço mais leve e expressivo da animação.

2. Como você descreveria o seu estilo artístico em três palavras?

Nostálgico, íntimo, encantado.

 

3. Que artistas, filmes ou livros você sente que ajudaram a formar seu olhar?

Hans Christian Andersen, Beatrix Potter, Tarsila do Amaral, Portinari e Botticelli marcaram momentos importantes da minha formação visual. Tive uma professora de artes que me apresentou muitos desses nomes ainda na infância. Mais tarde, entrei em contato com animações soviéticas (aleatoriamente vi recortes no Tumblr e fui pesquisar haha) — que influenciaram meu gosto por atmosferas mais densas, mas ainda sensíveis.

 

4. Quando recebeu o convite para criar as ilustrações do unboxing da Tulipa Azul, o que te passou pela cabeça?

Fiquei muito feliz. Já admirava o trabalho da marca (acompanho quase desde o começo) e, quando a amizade com a Elisama surgiu, essa conexão se fortaleceu. O convite veio de forma natural, quase como uma continuidade do que já existia entre nossos universos.

 

5. Você já teve alguma peça de roupa ou acessório que te fazia sentir como em um conto de fadas?

Sim. Coleciono camisolas de seda dos anos 30 e 40 e sou apaixonada por vestidos com inspiração na estética vitoriana que marcou uma parte dos anos 70. Gosto de marcas como Gunne Sax e Laura Ashley, que trazem essa atmosfera. Tenho algumas peças da Tulipa também que me despertam essa mesma sensação de estar dentro de uma narrativa.

6. O que você enxerga em comum entre o seu trabalho e o universo da Tulipa Azul?

A atenção aos detalhes e a valorização da sensibilidade no cotidiano. Ambas as linguagens procuram criar pausas no ritmo acelerado do dia a dia, convidando para uma experiência mais cuidadosa — seja através da imagem, seja através da roupa.

 

7. Como é o seu processo ao começar uma nova ilustração? Tem algum ritual, playlist ou rotina?

Hoje, não tenho rituais. Trabalho também como curadora de antiguidades e viajo bastante, então minha rotina é intensa. Quando uma ideia chega, tento colocá-la no papel com clareza e objetividade. Gosto de ouvir ópera para me concentrar, mas meu processo é mais funcional do que ritualístico.

 

8. Você costuma desenhar com alguma história em mente?

Depende do trabalho. Às vezes, parto de uma narrativa; outras vezes, de uma sensação ou imagem. Costumo organizar referências antes de começar para não me perder no excesso de ideias e manter o foco no que quero comunicar.

9. Como lida com bloqueios criativos? O que te ajuda a se reconectar com sua essência?

Evito forçar. Quando posso, dou pausas e foco em atividades que me fazem bem. Quando o prazo não permite, organizo referências e escolho um caminho claro para seguir, sem dispersar energia em várias direções. Isso costuma ajudar.

 

10. Existe alguma frase ou pensamento que guia sua forma de criar?

Não sigo uma frase específica, mas sempre retorno à ideia de que meu trabalho precisa ser honesto. Isso me orienta mais do que qualquer fórmula.

 

11. Qual o maior presente que a arte já te deu?

Me deu um lugar onde consigo existir de forma inteira. Um espaço que abriga tanto meu olhar quanto minhas referências.

 

Acompanhe o trabalho da Maryssauro no Instagram.

 

 

Esta colaboração foi um reencontro com o encantamento que nos inspira desde o início. Criar ao lado da Maryssauro foi como abrir uma porta para dentro da própria memória: um lugar onde a beleza se revela nos detalhes, e onde cada gesto artístico carrega afeto.

 

“Mary, sou imensamente grata por você fazer parte deste projeto e por trazer sua sensibilidade e encanto para a Tulipa Azul. Tenho certeza de que suas ilustrações vão iluminar os lares e os momentos das nossas clientes, tornando cada experiência ainda mais especial.”

 

- Elis, fundadora da Tulipa Azul

 

Acreditamos que a arte tem o poder de transformar o cotidiano em algo memorável. Cercar-se de beleza feita com amor e intenção é um gesto de autocuidado, uma maneira de tornar a rotina mais leve, acolhedora e cheia de significado.

Que cada peça da coleção Onde Moram Meus Sonhos e cada traço de Maryssauro sejam um refúgio: um retorno à sua própria essência, um lembrete de que a verdadeira moda é aquela que abraça a alma.